CURSO
DE MICROFONIZAÇÃO
A Sonorização
O som é uma propagação de energia mecânica num meio
material (sólido, líquido ou gasoso) que pode ser percebido
pelo ouvido humano.
1 - Características do som:
- Amplitude ou intensidade: a onda
sonora possui amplitude, ou seja, o volume.
- Freqüência: num movimento contínuo,
é o número de vezes que uma onda (senoidal) se repete em relação
a um determinado tempo. No caso de medidas de freqüências, a
unidade de tempo usada é o segundo. A freqüência de uma onda
é medida em ciclos por segundo ou Hertz.
. Espectro de áudio (homem): 20 hz a 20.000 hz onde:
. Graves: 20 hz a 500 hz;
. Médios: 500 hz a 3.000 hz;
. Agudos: 3.000 hz a 20.000 hz.
- Timbre: timbre é o resultado da onda
fundamental somada de seus harmônicos.
2 - Variações de amplitude de um som:
- Attack: tempo necessário para o som
chegar a uma amplitude máxima;
- Decay: tempo necessário para que o
som atinja o patamar de sustentação após o pico;
- Sustain: intervalo de tempo em que o
instrumento sustenta a nota;
- Release: intervalo de tempo em que a
amplitude do som decai do nível de sustentação até o silêncio.
3 - Microfonização
Em locais públicos - igrejas, auditórios, salões de
festa - é necessário instalar um Sistema de Sonorização. Uma
boa sonorização faz uso de aparelhos sonoros (equipamentos de
áudio) de tal forma que o ouvinte nem perceba que há
aparelhos. O ouvido humano recebe as vibrações mecânicas do
meio elástico e traduz essa energia mecânica em energia elétrica-nervosa
que segue para uma parte do cérebro onde é psicoanalisada. O
corpo humano absorve as ondas sonoras (o corpo humano absorve
freqüências médias/altas devido ao comprimento de onda dessa
faixa de freqüência ser muito pequena; já as freqüências
mais baixas, isto é, de maior comprimento são sentidas pelo
corpo devido a vibrações (ressonância) da freqüência,
normalmente abaixo de 100 hertz e produz ruídos - arrastar de pés,
roupas, conversas...
Para montar um Sistema de Sonorização é necessário se
servir de um engenheiro acústico. Hoje-em-dia, as lojas possuem
uma variedade muito grande de marcas e modelos que atendem a
maioria das necessidades de pequenos sistemas de áudio. Vale
consultar revistas especializadas para poder fazer um
comparativo entre novos lançamentos, produtos mais
comercializados (que nem sempre são os melhores) e a real
necessidade das instalações, ou seja, a relação custo/benefício
a médio e longo prazo. Normalmente, os vendedores de lojas
possuem informações inerentes aos modelos e marcas que
comercializam; isso faz com que sejam tendenciosos na venda,
indicando normalmente o que eles comercializam na loja e não o
que é melhor para o cliente. Às vezes se baseiam na
disponibilidade de material no estoque e não na compatibilidade
dos equipamentos.
Para projetar um sistema eletroacústico para um
ambiente, precisa ter em mente uma série de possibilidades e
condicionamentos: qual o ambiente a ser sonorizado? interno ou
externo? o ambiente tem boa acústica? há eco? qual a área a
ser sonorizada? qual o volume do ambiente? qual a finalidade da
sonorização (somente locução, somente música, baile)? há
necessidade ou possibilidade de som estereofônico? ou quadrifônico?
quantas pessoas estarão no ambiente sonorizado? O usuário vai
saber utilizar o sistema corretamente? somente uma ou várias
pessoas irão manusear o equipamento? o equipamento terá um
local fixo para a montagem ou será montado e desmontado a cada
evento?
Tomemos como exemplo, para sonorizar, uma igreja com mais
ou menos 500 pessoas. As dimensões desse templo são de mais ou
menos 15 X
20 metros
.
1) MÓDULO - é no módulo ou rack metálico que se acomoda os aparelhos. Os
equipamentos com rodas não são indicados para sistemas
semi-pro ou profissionais devido ao fato da locomoção dos
mesmos acontecer sobre superfícies nem sempre regulares,
podendo soltar os componentes internos que na sua maioria são
afixados através de "slots" ou fixos. No rack metálico
deve haver os equipamentos seguintes:
- Mixer - Equipamento que permite acoplar e
controlar o nível de sinal de entrada de todos os periféricos
(periféricos são processadores de áudio). Mixers ou consoles
são misturadores de diversas fontes sonoras como segue:
microfones, captadores de violão e guitarra, teclado, toca-fita,
toca-disco, CD player, sintonizador AM e FM. É a chamada
mesa-de-som, com 8, 12, 16, 24 ou mais canais. Pode ter pré-amplificação.
Cada canal do mixer tem um pré-amplificador para elevar o nível
do sinal; referindo a amplificador de potência se diz que o
mixer é amplificado e possui uma saída para monitoramento e
outra para gravação. Cada canal possui controle de volume, de
sons graves (Low), médios (Mid) e agudos (High). A seção de
equalização pode ser do tipo "shelving", paramétrica,
semi ou quase-paramétrico ou do tipo "sweep”, efeitos
sonoros (poucas mesas-de-som possuem incorporados processadores
de efeitos do tipo reverber ou delay; normalmente esses
processadores estão separados em racks de periféricos). No
mixer, há um controle geral de volume, graves e agudos. É pré-amplificado.
Recomendado: 12 ou 16 canais.
-
Amplificador
- É a peça chave do conjunto. Recebe os sinais de vários
equipamentos individualmente ou através da mesa de áudio e
coloca-os no nível de volume necessário. Existem
amplificadores completos de poucos Watts (até 500 W) que
permitem a entrada direta dos periféricos (sem mesa-de-áudio)
e outros que só têm uma entrada, próprios para serem usados
com uma mesa. Os amplificadores podem ser mono (um só canal),
estéreo (dois canais) ou até mesmo quadrifônicos (quatro
canais). Na saída do amplificador são ligadas as Caixas-de-Som
ou colunas acústicas, sempre com as mesmas características do
amplificador (impedância e potência). Existem também módulos
amplificadores de
100 a
1000 W (potência de som) usados junto com uma mesa-de-som com
pré-amplificador ou módulo pré-amplificador.
-
Equalizador
- Equipamento que faz a separação do som em três canais
distintos, graves, médios e agudos, podendo cada canal ter um nível
diferente de volume de acordo com a vontade do programador.
-
Câmara
de Eco - é um equipamento usado entre um microfone/captador e a mesa para dar
um efeito de que o som está tremulando ou reverberando (efeito
de eco).
-
Caixas-de-Som
- É a parte do conjunto que transforma os sinais elétricos em
ondas sonoras. Da qualidade das caixas depende o som que o PA (Público-Alvo)
vai ouvir. Também podem ser usadas colunas acústicas. Existem
caixas que respondem a todas as freqüências e caixas específicas
para sons graves, médios e agudos. As características das
caixas devem ser as mesmas do amplificador (impedância e potência).
Em ambiente externo e para longo alcance, sem necessidade de
muita fidelidade, a caixa acústica é substituída por uma ou várias
cornetas (nas quais não se injeta sons graves). Sempre se monta
as caixas aos pares, casando a impedância com a do amplificador
(estes cálculos são feitos pelo técnico ao montar o
conjunto). A caixa-de-som tem três vias (tuíter, alto-falante
médio de titânio, alto-falante
12 polegadas
), forrada internamente.
2)
INPUTS - No mixer, podem ser acoplados vários instrumentos. As entradas de
sinal (input) são de dois tipos: Mic (alta impedância:
microfone) e Line (baixa impedância: guitarra, baixo, teclado,
captador de violão, CD player, teclado...). Olhar nas
especificações técnicas de cada aparelho para saber se é de
alta ou baixa impedância.
-
Microfone
- É o responsável pela captação do som, da voz humana ou de
um instrumento que se deseja gravar ou amplificar. Existem
microfones de baixa e alta impedância. Angulação de cobertura
do microfone: omnidirecional (para captar o som de um coral),
cardióide, supercardióide, hiperdióide, bidirecional e
shotgun. O microfone pode ser com fio ou sem fio; acoplado no
pedestal, na mão, na lapela ou na orelha. O microfone sem-fio,
quanto mais caro, é melhor. Recomendado: microfone com-fio
SM-58 (Shure). Quanto à conversão do sinal, o microfone pode
ser: dinâmico, de fita, capacitivo, piezoelétrico.
- Teclado - pode ter ou não um amplificador incorporado,
permitindo ser acoplado à mesa pela saída auxiliar.
Recomendado: Yamaha, com a função midi.
- Guitarra - não deixá-la estridente.
-
Baixo
- não exagerar nos graves. Amplificador à parte.
-
Captador
de Violão - que seja de boa qualidade.
- CD
Player - para a reprodução de músicas e até mesmo peças gravadas. Hoje,
imprescindível nas igrejas.
-
Bateria
Eletrônica - engenhoca que só possui sensores e saída para o mixer. A bateria é
tocada com a ponta dos dedos das mãos e com os pés.
Recomendado: Edison Luiz Pereira, (41) 253-1087.
3)
Cabos - Os cabos interligam todos os aparelhos do Sistema de Sonorização. O
plug é o terminal do cabo que se acopla no mixer e interliga os
vários equipamentos. O Plug pode ser tipo Banana (guitarra),
XRL (3 pinos), RCA. Os cabos dos microfones e dos aparelhos,
quanto menos vezes enrolados, mais se conservam. Desde a potência
até a caixa-de-som vai um fio duplo, normalmente preto e
vermelho.
- - -
Existem:
Curso de Áudio, Curso de Rádio, Curso de Sonorização, Curso
de edição Musical...
Edição
de áudio por computador: Sound-Forge, Ardour, Audacity,
Cake-Walk, Cubase, Sonnar, Midi, Nuendo
- - -
*
Nota:
“A Sonorização” (acima) tem a orientação técnica
de:
-
Marcos Siqueira Campos (41) 3224-6317 e 8836-0044 ( Orion
)
-
Lourenço Mika - www.maikol.com.br
- maikol@onda.com.br
Texto:
Lourenço Mika
Araucária,
Shangri-lá, 28 Maio 2006
|