CURSO
DE MICROFONIZAÇÃO
FICHA LITÚRGICA
A
Ficha Litúrgica deve ser preenchida em duas vias:
A
tabela acima pode ser COPIADA e COLADA num arquivo novo de Word
(papel A4); colando duas vezes, na mesma página surgirão duas
fichas.
Basta
preencher à caneta a 1ª Ficha (que será da equipe
litúrgica), transcrever as mesmas informações para a 2ª
Ficha, rasgar a folha de papel ao meio e entregar a ficha
passada a limpo ao padre.
Quando
o folheto litúrgico (O Domingo, Deus Conosco...) é
distribuído para a comunidade, a equipe de celebração deve
ler os comentários e preces constantes no folheto; não adianta
criar outros comentários e preces, porque aí o povo não
acompanha nem o folheto e nem a redação inovadora.
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aqui para ver o modelo de Ficha Litúrgica.
1 - A FICHA LITÚRGICA
A Ficha Litúrgica acima serve para informar ao
presidente da celebração aquilo que a equipe litúrgica
preparou. Às vezes acontece assim: a equipe do dízimo prepara
a oração do dízimo para ser rezada antes da procissão com os
envelopes; mas, ninguém avisa o padre. Ou, os catequistas
preparam uma encenação, mas, ninguém avisa padre. Cada
comunidade tem seus próprios costumes. Quando chega um padre
estranho, ele fica desorientado. Normalmente, o padre chega em
cima da hora de começar a missa. E se ele receber vários
recados antes de começar, ele vai esquecer de algum.
Por isso, a ficha acima deve ser preenchida em duas vias;
uma para o padre, outra para a equipe da celebração. Basta
preencher à caneta a 1ª Ficha (que será da equipe litúrgica),
transcrever as mesmas informações para a 2ª Ficha, rasgar a
folha de papel ao meio e entregar a ficha passada a limpo ao
padre. Escrever o máximo de informações possíveis.
Tendo
o povo em mãos o folheto Deus Conosco, a equipe de celebração
deve ler os comentários e preces constantes no folheto; não
adianta criar outros comentários e preces, porque aí o povo não
acompanha nem o folheto e nem a redação inovadora.
2 - A IGREJA
- Na igreja, são importantes:
visualização, sonorização, iluminação, ventilação,
decoração, comunicação, dicção, apresentação..., e até,
oração!
- Ao pensar em construir uma
nova igreja, deve-se primeiramente elaborar o projeto acústico,
o projeto arquitetônico, o projeto de iluminação, o projeto
de climatização, o projeto de decoração; e não como às
vezes se faz, em que um grupo de voluntários, em mutirão, começa
a erguer paredes, sem a menor noção de como deveria ser uma
igreja católica... Algumas igrejas evangélicas incorporam
plenamente a tecnologia eletrônica da boa comunicação.
- Na teologia litúrgica, não
se usa o termo "templo" para as igrejas, porque templo
era a designação dos templos dos cultos pagãos e do AT. O
templo era o local onde Deus habita; este templo Jesus destrói
e faz do Corpo d’Ele o Templo Novo. Além do mais, na teologia
paulina, o povo de Deus é o Templo onde habita Deus e cada
batizado é templo vivo do Espírito Santo. Por isso, podemos
dizer que o templo vivo de Deus (assembléia reunida) reúne-se
numa igreja. Quando se trata da Igreja Universal, usar letra maiúscula
no início (Igreja); quando se trata de templo, letra minúscula
(igreja)
- Visualização:
A
arquitetura das igrejas medievais valorizava a luz e o som
naturais. Quando o padre ‘gritava’ no ambão, sempre
localizado numa lateral da nave maior, o grito ecoava nas altas
ogivas. A torre era alta para ser vista de longe e para que os
badalos do sino se propagassem na maior distância possível. As
estátuas, as pinturas e os vitrais formavam um visual artístico
formidável... o que lamentavelmente se perdeu hoje.
A arquitetura das igrejas de hoje tem que ser adaptada
para a acústica (áudio) e visualização (imagem) favorecidos
pela tecnologia. A igreja não precisa ser alta e nem precisa
das ogivas geradoras do eco, hoje nocivo para a sonorização. A
igreja pode ser esférica, orbital, piramidal, oval, em forma de
meia-lua... Numa arquitetura ovalada parece que fica mais fácil
de situar cada detalhe, deixando a capela do Santíssimo do lado
de fora do plano ovalar. Importante que o padre e a equipe litúrgica
sejam vistos e ouvidos; pois olho e ouvido se complementam. A
Mesa da Palavra e a Mesa da Eucaristia devem ficar de
7 a
10 degraus acima dos fiéis, numa espécie de tablado, de acordo
com as dimensões da igreja. Os músicos podem ficar num outro
tablado.
Não
se pense mais numa estrutura arquitetônica parecida com a Basílica
de São Pedro em Roma ou uma Catedral da Sé de São Paulo;
pense-se num prédio de
20 a
50 andares. No subsolo, pode ter uns três andares para o
estacionamento de automóveis. O piso térreo pode servir para
recepções, com cozinha e bar. O 1º andar será a igreja. A
partir do 2º andar, auditórios maiores e menores,
salas-de-catequese... equipados com projetor-multimídia, salas
informatizadas para reuniões pastorais, secretarias... Pelo
menos uma sala seja reservada para laboratório de informática,
com
20 a
40 computadores em rede plugados na internet, para aulas de
informática, estudo bíblico, aulas de teologia, pastoral da
comunicação... Os últimos andares podem ser reservados para a
residência do padre, síndico...
Projetor-Multimídia:
as folhas de cânticos e os folhetos litúrgicos podem ser
substituídos pelo datashow, aparelho que projeta no telão, a
partir do computador, ou do videocassete ou da camera; o telão,
de
8 a
15 metros
de largura, tem que estar posicionado num local que possa ser
visto por todos. Para cânticos e aclamações litúrgicas, usar
o Power Point. Pode-se filmar ao vivo num enquadramento de
primeiro plano aquele que está com a palavra (padre, leitor,
comentarista...) e projetá-lo ao vivo no telão. O
retroprojetor de transparências não dá qualidade. Num futuro
breve, o padre chegará na igreja com seu notebook e fará a
homilia com o auxílio desse aparelho.
Na
parede frontal da igreja, escrever o nome da igreja; exemplos:
Paróquia Nossa Senhora das Graças, Capela são Lourenço.
Implantar na frente da igreja uma placa metálica com os horários
das missas, reuniões, expediente...
- Sonorização:
Quando
uma criancinha chora na igreja, a primeira causa é o som
estridente, pois a criança tem o ouvido muito sensível. Cabe
aos peritos em acústica e sonorização, a instalação de um
bom equipamento de sonorização numa Igreja. Cabe à comunidade
treinar alguém para ser o operador do equipamento de som; deve
ser alguém que entende de eletrônica e que entende de
liturgia. Para testar o microfone, deve-se falar algumas frases
úteis; não se deve assoprar no microfone, nem falar “Alô”,
nem dar “tapas” no microfone. O microfone esteja revestido
de espuma para neutralizar a interferência do vento e da
respiração. Diferenciar microfone de palco (sorvete), de
lapela, sem-fio, de orelha. O microfone, quanto mais caro,
normalmente tem mais qualidade. Na regulagem, para a voz humana,
não exagerar nos sons graves (Low) e acentuar os agudos (High).
As caixas-de-retorno, geralmente colocadas no chão, mais
atrapalham do que ajudam, pois a tendência é regular a
aparelhagem pensando em quem fala e não pensando em quem ouve.
Dicas
para quem usa o microfone:
- Falar alto (sem gritar),
devagar, com naturalidade
- Pronunciar bem as palavras,
com o sotaque de origem
- Ler como se não estivesse
lendo
- Cuidar da respiração, sem
sorver o ar
- Manter a distância correta
entre a boca e o microfone, falando na direção do microfone
- De preferência, segurar o
microfone na mão e não deixa-lo no pedestal
- Evitar que pessoas não
treinadas façam leituras no microfone
- Além de terem voz boa, os
membros da equipe litúrgica devem se vestir adequadamente
Principais erros da sonorização:
- Falar ou cantar muito perto do
microfone
- Ficar escondido atrás do
microfone e da estante
- Aparelhagem desregulada, mal
projetada na hora da compra
- Microfones sem qualidade
- Erros de posicionamento das
caixas-de-som
- Iluminação:
O
projeto arquitetônico deve privilegiar a luz natural e dar
condições para uma iluminação artificial adequada para cada
momento. A luz natural deve ser direcionada a partir do povo
para o altar. A Mesa da Palavra e a Mesa da Eucaristia devem
ficar bem iluminadas, de dia ou de noite. Os lustres - que são
uma versão moderna dos antigos candeeiros nos quis se queimava
azeite - devem projetar a luz sobre o povo e não sobre o teto.
O teto seja pintado com cores claras. As janelas, acionadas por
controles eletrônicos, têm que dar condições de escurecer
levemente o ambiente na hora das projeções no telão. Prever
que alguns eventos religiosos - casamentos, primeira comunhão...
- serão filmados, para o que precisa uma boa iluminação fixa
e a disposição de tomadas elétricas para o equipamento portátil.
- Climatização:
Prevenindo
frio ou calor, a igreja deve ter ar condicionado; o aparelho de
climatização deve ficar do lado de fora para evitar ruídos.
Valorizar a ventilação natural, pois não adianta deixar as
janelas fechadas e ligar um ventilador.
-
Decoração:
Observar
as cores litúrgicas prescritas no Diretório Litúrgico: verde,
vermelho, roxo, branco. Flores e toalhas sejam bem cuidadas. No
altar, deve ficar unicamente o Missal Romano e, durante a
Liturgia Eucarística, o cálice, a patena e o cibório; vela e
flores, sempre fora do altar. Flores, velas (já existe a vela
eletrônica), estátuas, vitrais, quadros, ícones da via-sacra,
alfaias sagradas, lecionário, missal, mesa da palavra, mesa da
eucaristia, bíblia sagrada, piso, paredes, teto... todos esses
elementos devem remeter ao sobrenatural.
-
Comunicação:
A
igreja se caracteriza pela comunicação entre o elemento humano
e o ser divino, na base da fé na vida sobrenatural do homem.
Mesmo na pós-modernidade, ainda há espaço para a religião e
para a mística. O badalo do sino é convite à oração, isto
é, ao diálogo entre o homem e Deus. Hoje, o sino é substituído
por um CD. O coral de música sacra é substituído pelo cântico
de todos os fiéis. O órgão de tubos, pesando toneladas, foi
substituído por um teclado eletrônico.
3 - O AVISO DE
MISSA
Tédio
- em algumas comunidades, os Avisos Paroquiais são o momento
mais tedioso da celebração. Em outras, patéticos como o horário
político na televisão. No final da missa, o povo já está
cansado de ouvir e está com pressa para sair da igreja. É
avisado aquilo que não desperta a menor atenção.
Desinteresse
- alguns avisos são desnecessários, por exemplo, "missa
do Apostolado da Oração na primeira sexta-feira do mês";
outros, inoportunos, "bingo na associação de
moradores" (somos Igreja ou cassino?); outros, não
entendidos, "palestra sobre família na
sexta-feira"...
Memorização
- se forem pronunciados apenas três avisos, muito bem
elaborados, um simples fiel conseguirá memorizar pelo menos um
aviso; ao estar
saindo da igreja, possivelmente já não lembrará dos outros
dois avisos. É tempo perdido dar mais do que três avisos. É
constatado que o fiel comum não lembra o Evangelho que foi
proclamado e não lembra de nenhuma Prece dos Fiéis que foi
lida na missa. Se há vários avisos que são imprescindíveis,
a solução é imprimir cópias em papel e distribuir no final
da missa.
Código
- o aviso de missa tem que levar em conta que é um texto que é
redigido para ser falado (código oral) por uma pessoa (emissor)
e ouvido por outra (receptor). É um texto diferente daquele que
é escrito para ser lido com os olhos (código
criptografado) e compreendido pelo intelecto.
Eficiência
- Um aviso eficiente segue as leis do marketing: anunciar uma
novidade, despertar um interesse, mover para uma ação, ter um
objetivo alcançado. Se um aviso de missa não motiva ninguém a
participar de algum evento (retiro, encontro de formação,
visita, palestra...), o aviso foi ineficiente.
Técnica
- um aviso tem que levar em conta a técnica de redação de uma
notícia, o lead (cabeçalho), que contém os 5 ‘W’ e um ‘H’: Who
(quem?), What (o quê?), Where (onde?), When
(quando?), Why (por quê?), How (como?).
Exemplo
- "Palestra sobre drogas: na próxima sexta-feira, dia
10 de setembro, às 20 horas, no salão paroquial, haverá uma
palestra sobre drogas. O palestrante é o Doutor Edson, membro
da Pastoral Familiar. Os convidados para a palestra são as
pessoas que tiveram alguém da família envolvido com drogas. Não
precisa fazer inscrição e nem pagar taxa. Quem vier na
palestra, ganhará de brinde uma cartilha sobre drogas." (a
repetição das palavras droga e palestra é intencional para
facilitar a memorização).
Clareza
- Anunciar em forma de manchete, "palestra sobre
drogas". Depois, descrever o dia da semana, a data no mês
e a hora. Descrever o local e o assunto. Explicar quem vai
falar e quem é o convidado para ouvir. Motivar as pessoas,
falando das vantagens: palestra gratuita, cartilha dada de
brinde...
Quem
avisa
- de preferência, o coordenador da comunidade, ou presidente do
conselho de pastoral. É ele quem deve decidir o quê será
avisado, fazer a redação do texto e providenciar uma pessoa de
boa leitura para 'dar' os avisos. O padre não deve ser o
dono-dos-avisos (centralizador) e nem qualquer pessoa pode falar
(vender) o que quiser.
Quando se avisa - depois da oração pós-comunhão, antes
da bênção final; não no momento da ação de graças.
O
quê se avisa
- na igreja, se avisa aquilo que tem a ver com a evangelização,
com a pastoral, com a catequese, com a liturgia... O público-alvo
dos avisos são os fiéis presentes na celebração e não os
ausentes; por isso, a mesagem tem que ser do interesse deles. O
evento tem que ser da semana
em curso. Não
se avisa aquilo que vai acontecer num futuro muito longínquo.
Uma cópia da folha de avisos, impressa ou fotocopiada, dever
ser afixada no quadro-mural; se alguém se interessou por algo e
não conseguir memorizar, pode conferir no quadro-mural.
O quê não se avisa
- Anúncio de bingo, quermesse, mutirão, passeio, passeata,
abaixo-assinado... isso deve ser feito através de outro veículo,
como panfleto, boletim impresso, cartaz afixado no quadro mural.
Aviso de missa noticia o que vai acontecer; notícia noticia o
que aconteceu. Se os aniversariantes da semana forem chamados à
frente, no mínimo se deve dar um presentinho para cada um.
*
Intenções da Missa: em cada comunidade, o costume é diferente. Normalmente, as intenções,
por falecidos e outras, são lidas antes da missa. A leitura
deve começar com antecedência suficiente para não atrasar o
horário do início da celebração. Às vezes, é constrangedor
dizer “quem encomendou” a missa, porque parece comércio.
Também é delicado o padre ressaltar alguma das intenções,
deixando as outras de lado. Por isso, cada comunidade tem que
analisar o procedimento com as intenções de missa, bem como
das espórtulas.
Araucária, 28 Maio 2006.
Lourenço
Mika
www.maikol.com.br
- maikol@onda.com.br
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